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Aldeia de Ilha quer ser a maior Comunidade Rural de Energia Renovável de Portugal

A Comunidade de Energia da Ilha submeteu, oficialmente, o pedido de licenciamento junto da Direção Geral de Energia e Geologia (DGEG), procedimento necessário para que a população desta aldeia do Norte do Distrito de Leiria, pertencente ao Concelho de Pombal, possa aceder a energia mais barata e limpa.

Nesta fase, já estão formalizados mais de 40 aderentes à Comunidade de Energia da Ilha entre particulares, empresas, associações e IPSS como consumidores. O produtor que pertence a esta comunidade tem a possibilidade de crescer a área de instalação de painéis solares até 10 mil m2 de área no telhado. Com o aumento previsto do número de consumidores vizinhos num raio máximo de 2 Km, pretende-se também que existam mais produtores e também mais organizações que estejam dispostas a disponibilizar os seus telhados.

Nos próximos 2 meses serão colocados os painéis fotovoltaicos nas instalações do produtor, já considerando um excedente de produção para poder fornecer a estes primeiros aderentes, que passarão a poder usufruir de um preço mais baixo do que possuem atualmente e a serem mais independentes do ponto de vista energético.

Luis Couto, Gestor e Empresário e o principal impulsionador desta comunidade de energia, refere que “queremos crescer até aos 200 consumidores nas localidades da Ilha e lugares limítrofes, como é o caso dos Rosados, Escoura, Chã, Helenos, Água Formosa, Moital, Casal da Clara e Seixo”. Refere ainda que “a grande motivação é, sem qualquer investimento, todos possam ter grandes poupanças na fatura, mesmo quem usufrui da tarifa social. Para isso a tarifa a aplicar para a comunidade será de cerca do 50% do atualmente cobrado pelos fornecedores”.

Este é um projeto que, pensado inicialmente em 2017, tem vindo a ser efetivamente discutido desde 2019, altura em que passou a existir o enquadramento legal para as comunidades de energia renováveis, sendo esta formalmente constituída em 2022. Diz Luís Couto que “este é um exemplo que gostaríamos que mais comunidades possam seguir e estamos disponíveis para partilhar a nossa experiência com a região, incluindo outros concelhos vizinhos para que possam ter grandes poupanças energéticas.”

A Rewatt, do Empresário Ricardo Meireles, outro grande impulsionador deste projeto, é uma empresa especialista em autoconsumo fotovoltaico e será responsável pelo investimento e pela gestão de toda a Comunidade de Energia da Ilha.

A primeira UPAC (Unidade de Produção para o Autoconsumo) será instalada na empresa Suinicentro, uma suinicultura com uma área de 10 mil m2,  que foi das primeiras empresas da região a aderir a esta iniciativa e a disponibilizar os seus extensos telhados para a instalação da infraestrutura necessária. Hoje são cerca de 40 empresas aderentes, num exemplo perfeito do que deve ser o envolvimento da comunidade e de todas as forças vivas da região, aderindo de forma entusiasta a este Comunidade de Energia, no sentido de serem parte ativa e dinamizadora na melhoria das condições de vida da população e na contribuição para um meio ambiente mais limpo, através da poupança na fatura de energia e na diminuição da emissão de gases sob efeito de estufa na sua região.

A construção deste projeto inovador irá começar durante os próximos 2 meses (junho/julho 2023), e terá a capacidade inicial de 120 kWp, com potencial de crescimento numa segunda fase para 250 kWp.

A capacidade máxima numa terceira fase será de 650 kWp para o primeiro telhado da empresa Suinicentro.

Encontram-se já em lista de espera mais dois telhados, um de 3.000 m2 e outro de 2.000 m2, o que permite uma possibilidade imediata de crescimento, sendo o potencial de Agregados Familiares e empresas de cerca de 500 na área permitida para as Comunidades de Energia.

Nesta primeira fase, a Comunidade de Energia terá cerca de 40 membros consumidores, prevendo crescer até aos 200 membros durante 2023.

Os dados técnicos 1ª fase nesta primeira fase, são:

Capacidade: 120 kWp

Produção anual:  175.000 kWh/ano

Autoconsumo: 125.000 kWh/ano

A partilhar em comunidade:

50.000 kWh/ano

Comunidade: 40 famílias

Autoconsumo: 25 a 35% das necessidades de energia

 

Numa segunda fase, os dados técnicos serão:

Capacidade: 250 kWp

Produção anual:  365.000 kWh/ano

Autoconsumo:   135.000 kWh/ano

A partilhar em comunidade:

230.000 kWh/ano

 

Que esta iniciativa local, na Aldeia de Ilha, seja um sucesso e um exemplo a   ser replicado por muitas mais aldeias, vilas e cidades em Portugal e que muitas mais empresas se juntem neste esforço de transição energética, partilha, exemplo cívico de estar,  viver em comunidade e preocupação com o meio ambiente.

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