A possibilidade de dar aos cidadãos a capacidade de gerar e consumir a sua própria energia elétrica através de fontes renováveis, permitiu uma alteração profunda na forma como o consumidor utiliza os equipamentos elétricos no seu dia-a-dia. Um dos exemplos mais evidente é a possibilidade de os equipamentos de maior consumo poderem ser utilizados nas horas de maior produção (no verão entre as 10:00 e as 18:00) a um custo nulo ou parcialmente nulo, comparando com o mesmo período horário, de aquisição de energia ao comercializador contratado (para o mesmo período de consumo o custo de energia elétrica é o mais elevado, na tarifa Bi-horário).
Para o setor residencial e de serviços, a tecnologia predominante para a geração de energia elétrica é a, solar fotovoltaico, pelos seus custos mais acessíveis de instalação, manutenção reduzida e facilidade de instalação.
De acordo com os dados apresentados pela Direção-Geral de Energia e Geologia (DGEG) em 2024, no que respeita ao solar fotovoltaico, o crescimento em termos de produção descentralizada foi cerca de 3000%, comparando com o ano de 2017, e cerca de 48%, quando comparado com 2023.
Figura 1 – Produção descentralizada, sistemas solares fotovoltaicos (MWh)
Fonte: Direção-Geral de Energia e Geologia (DGEG)
– Pode reduzir significativamente a sua fatura de energia elétrica para com o comercializador de energia contratado.
– Pode vender o excedente de energia, energia que foi produzida pelo sistema fotovoltaico e não foi consumida na sua habitação, através da contratação de um agregador de energia e assim, obter uma receita extra mensal.
– Reduz as suas emissões de CO2, permitindo que tenha um papel ativo e positivo nas alterações climáticas.
– Na certificação energética da sua habitação, poderá obter uma classe energética mais eficiente.
Os sistemas solares fotovoltaicos, são equipamentos que captam a energia solar (radiação), convertendo-a em energia elétrica continua. Para que esta possa ser utilizada nas nossas habitações, por exemplo acender a luz, ligar os equipamentos de cozinha, entre outros, é utilizado um “Inversor” que converte esta energia continua em energia alternada antes de ser injetada na rede elétrica da instalação/habitação.
Antes da instalação de um sistema solar fotovoltaico, deve ter em consideração as seguintes dicas:
Para mais informações consulte o nosso documento, ”Guia II Capítulo I”
Como já referido, o sistema solar fotovoltaico, tem a sua produção de pico de energia elétricas quando as condições meteorológicas permitem aos painéis solares fotovoltaicos a captação máxima da radiação solar nesse instante de tempo. Isto quer dizer que: à noite os sistemas solares fotovoltaicos deixam de produzir eletricidade, a produção de eletricidade não é constante ao longo do dia variando de acordo com a radiação solar o que implica que nos dias ou instantes de tempo em que existe uma obstrução à radiação solar a produção de energia elétrica possa ser bastante reduzida.
Deste modo, sempre que possível deve transferir os maiores consumos de energia elétrica para as horas de maior produção, otimizando assim o sistema instalado. No entanto, sempre que possível deve considerar a instalação de baterias para armazenar a energia não consumida que está a ser gerada, caso contrário, estará a entregar à Rede Elétrica de Serviço Publico (RESP) essa energia a um custo igual a “zero”. Outra opção, em substituição de entregar essa energia à RESP, será a de realizar um contrato com um agregador de energia que opere no mercado Nacional (lista) e abrir atividade nas finanças (cuidados a ter), encontrando-se atualmente (2025) a média do valor de venda de energia excedente entre 0,4€/kWh e 0,6 €/kWh. Não se esqueça que, para poder instalar baterias, o seu sistema solar fotovoltaico terá de ser instalado com um inversor de tecnologia híbrida, caso contrário não será compatível.
Para mais informações consulte o nosso documento, ”Guia II Capítulo II”
Uma família típica de três pessoas, que resida num T2 de classe energética C, apresenta um consumo médio anual de eletricidade de 3535 kWh, o que corresponde a uma fatura mensal de aproximadamente 70€/ano. Sobre este valor é considerado a tarifa simples de 0,1658 €/kWh e uma potência contratada de 3,45 kVA, com um custo diário de 0,1786 €/dia, de acordo com os dados da ERSE – Quadros de Tarifas de Energia Elétrica vigentes a partir de 01 de janeiro de 2025.
Para a instalação de um kit solar fotovoltaico, pode-se considerar um custo aproximado de 1200 €, para uma potência pico instalada de 1,1 kWp (dois painéis solares de 550 W cada, orientados a sul, com uma inclinação de 30º e uma área de implementação em cerca de 5 m2) incluindo 2 microinversores, permitindo assim uma produção de energia elétrica estimada anual de 1 954,5 kWh.
Considerando que esta família consegue consumir aproximadamente 40% da energia produzida através do kit fotovoltaico, obtém-se uma poupança anual (que corresponde ao custo da energia que não foi consumida através da rede) em cerca de 160 €/ano, o que representa um período de retorno de investimento de aproximadamente 6 anos. Assim, nos próximos 20 a 25 anos, esta família terá uma redução significativa na sua fatura de energia elétrica para com o comercializador contratado, por ser este o período medio de vida útil destes sistemas.
Para uma maior poupança, deverá garantir que os maiores consumos ocorrem durante o período de produção de energia do painel fotovoltaico consumindo o máximo possível de energia produzida.
Um T2 com 3 pessoas tem uma fatura de eletricidade média de 70 €/mês.
A aquisição de um kit de autoconsumo de 1100 W representa um investimento estimado em cerca de 1200 € e permite reduzir o consumo de energia elétrica nas horas de radiação solar.
A instalação do kit fotovoltaico para autoconsumo, numa fatura energética anual de 850 € pode reduzir em cerca de 160 €/ano os custos com energia.