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INSTALAÇÃO DE FOTOVOLTAICO

2025-03-06
Residencial | Autoconsumo | Eletricidade | Sustentabilidade

A possibilidade de dar aos cidadãos a capacidade de gerar e consumir a sua própria energia elétrica através de fontes renováveis, permitiu uma alteração profunda na forma como o consumidor utiliza os equipamentos elétricos no seu dia-a-dia. Um dos exemplos mais evidente é a possibilidade de os equipamentos de maior consumo poderem ser utilizados nas horas de maior produção (no verão entre as 10:00 e as 18:00) a um custo nulo ou parcialmente nulo, comparando com o mesmo período horário, de aquisição de energia ao comercializador contratado (para o mesmo período de consumo o custo de energia elétrica é o mais elevado, na tarifa Bi-horário).

Para o setor residencial e de serviços, a tecnologia predominante para a geração de energia elétrica é a, solar fotovoltaico, pelos seus custos mais acessíveis de instalação, manutenção reduzida e facilidade de instalação.

De acordo com os dados apresentados pela Direção-Geral de Energia e Geologia (DGEG) em 2024, no que respeita ao solar fotovoltaico, o crescimento em termos de produção descentralizada foi cerca de 3000%, comparando com o ano de 2017, e cerca de 48%, quando comparado com 2023.

 

Figura 1 – Produção descentralizada, sistemas solares fotovoltaicos (MWh)

Fonte: Direção-Geral de Energia e Geologia (DGEG)

 

Benefícios

– Pode reduzir significativamente a sua fatura de energia elétrica para com o comercializador de energia contratado.

– Pode vender o excedente de energia, energia que foi produzida pelo sistema fotovoltaico e não foi consumida na sua habitação, através da contratação de um agregador de energia e assim, obter uma receita extra mensal.

– Reduz as suas emissões de CO2, permitindo que tenha um papel ativo e positivo nas alterações climáticas.

– Na certificação energética da sua habitação, poderá obter uma classe energética mais eficiente.

 

Como funcionam os sistemas soares fotovoltaicos?

 

Os sistemas solares fotovoltaicos, são equipamentos que captam a energia solar (radiação), convertendo-a em energia elétrica continua. Para que esta possa ser utilizada nas nossas habitações, por exemplo acender a luz, ligar os equipamentos de cozinha, entre outros, é utilizado um “Inversor” que converte esta energia continua em energia alternada antes de ser injetada na rede elétrica da instalação/habitação.

 

O que devo saber antes de instalar um sistema solar?

Antes da instalação de um sistema solar fotovoltaico, deve ter em consideração as seguintes dicas:

  1. Quais as necessidades energéticas da instalação através de uma recolha e análise dos consumos;
  2. A que horas são realizados esses consumos? Nas horas de maior produção, ou durante as horas de menor produção?
  3. É possível alterar os maiores consumos de energia elétrica para as horas de maior produção? Nota: Se não for possível, poderá não compensar a sua instalação.
  4. De acordo com a produção de energia e o perfil de consumo da sua habitação, poderá ser compensatório considerar a instalação de baterias. A instalação deste equipamento permite que a energia armazenada seja utilizada nas horas em que não exista produção de energia elétrica ou nas horas em que a produção de energia é reduzida em comparação com os consumos dos equipamentos nesse instante de tempo.
  5. Qual a área disponível para a instalação dos painéis solares fotovoltaicos?
  6. Qual a orientação solar? É possível para sul ou aproximadamente?
  7. valide a inexistência de sombreamentos, caso contrário a produção de energia poderá ficar comprometida significativamente, levando a um retorno de investimento que poderá não compensar;

 

Para mais informações consulte o nosso documento, ”Guia II Capítulo I”

 

Como otimizar a utilização de um sistema solar fotovoltaico

Como já referido, o sistema solar fotovoltaico, tem a sua produção de pico de energia elétricas quando as condições meteorológicas permitem aos painéis solares fotovoltaicos a captação máxima da radiação solar nesse instante de tempo. Isto quer dizer que: à noite os sistemas solares fotovoltaicos deixam de produzir eletricidade, a produção de eletricidade não é constante ao longo do dia variando de acordo com a radiação solar o que implica que nos dias ou instantes de tempo em que existe uma obstrução à radiação solar a produção de energia elétrica possa ser bastante reduzida.

Deste modo, sempre que possível deve transferir os maiores consumos de energia elétrica para as horas de maior produção, otimizando assim o sistema instalado. No entanto, sempre que possível deve considerar a instalação de baterias para armazenar a energia não consumida que está a ser gerada, caso contrário, estará a entregar à Rede Elétrica de Serviço Publico (RESP) essa energia a um custo igual a “zero”. Outra opção, em substituição de entregar essa energia à RESP,  será a de realizar um contrato com um agregador de energia que opere no mercado Nacional (lista) e abrir atividade nas finanças (cuidados a ter), encontrando-se atualmente (2025) a média do valor de venda de energia excedente entre 0,4€/kWh e 0,6 €/kWh. Não se esqueça que, para poder instalar baterias, o seu sistema solar fotovoltaico terá de ser instalado com um inversor de tecnologia híbrida, caso contrário não será compatível.

 

Para mais informações consulte o nosso documento, ”Guia II Capítulo II”

 

Caso prático

Uma família típica de três pessoas, que resida num T2 de classe energética C, apresenta um consumo médio anual de eletricidade de 3535 kWh, o que corresponde a uma fatura mensal de aproximadamente 70€/ano. Sobre este valor é considerado a tarifa simples de 0,1658 €/kWh e uma potência contratada de 3,45 kVA, com um custo diário de 0,1786 €/dia, de acordo com os dados da ERSE – Quadros de Tarifas de Energia Elétrica vigentes a partir de 01 de janeiro de 2025.

Para a instalação de um kit solar fotovoltaico, pode-se considerar um custo aproximado de 1200 €, para uma potência pico instalada de 1,1 kWp (dois painéis solares de 550 W cada, orientados a sul, com uma inclinação de 30º e uma área de implementação em cerca de 5 m2) incluindo 2 microinversores, permitindo assim uma produção de energia elétrica estimada anual de 1 954,5 kWh.

Considerando que esta família consegue consumir aproximadamente 40% da energia produzida através do kit fotovoltaico, obtém-se uma poupança anual (que corresponde ao custo da energia que não foi consumida através da rede) em cerca de 160 €/ano, o que representa um período de retorno de investimento de aproximadamente 6 anos. Assim, nos próximos 20 a 25 anos, esta família terá uma redução significativa na sua fatura de energia elétrica para com o comercializador contratado, por ser este o período medio de vida útil destes sistemas.

 

Conclusão:

Para uma maior poupança, deverá garantir que os maiores consumos ocorrem durante o período de produção de energia do painel fotovoltaico consumindo o máximo possível de energia produzida.

 

Consumo de energia

Um T2 com 3 pessoas tem uma fatura de eletricidade média de 70 €/mês.

 

 

 

 

KIT autoconsumo 1100W

A aquisição de um kit de autoconsumo de 1100 W representa um investimento estimado em cerca de 1200 € e permite reduzir o consumo de energia elétrica nas horas de radiação solar.

 

 

 

 

Poupança

A instalação do kit fotovoltaico para autoconsumo, numa fatura energética anual de 850 € pode reduzir em cerca de 160 €/ano os custos com energia.

 

 

 

 

 

 

Outras dicas

  1. A instalação de sistema solar fotovoltaico, acima de 700W só poderá ser realizado por um técnico ou empresa certificada pela DGEG.
  2. Procure o apoio de um profissional qualificado para o ajudar em todo o processo e garantir que escolhe a solução adequada às suas necessidades e consumo.
  3. Consulte mais que um fornecedor. Peça vários orçamentos e selecione o que melhor responder às suas necessidades e com melhores condições de instalação.
  4. Confirme que os equipamentos propostos estão certificados de acordo com as Normas Europeias em vigor, marcação CE, pedindo sempre as especificações técnicas dos mesmo.
  5. Procure garantia para os seus equipamentos (10 anos em materiais e mão de obra, 90% da potência nominal mínima para 10 anos e 80% dessa para 20 anos).
  6. Realize manutenção periódica aos sistemas solares fotovoltaicos (remoção de poeiras e detritos dos painéis, verificação de sombreamentos, verificação de danos na cablagem, verificação da estrutura de fixação e das ligações ao inversor e contador).
  7. Não se esqueça que é obrigatória contratar um seguro de responsabilidade civil. Se já tem um seguro contratado para a sua instalação/habitação, valide se o mesmo inclui a proteção civil para estes sistemas.